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Síndico cria grupo no WhatsApp para crianças e adolescentes
Moysés Aronis conta a sua história sobre como grupo no WhatsApp do condomínio foi capaz de engajar crianças e adolescentes na gestão
Moysés Cohen Aronis mora há 30 anos em seu condomínio e, em dezembro do ano passado, assumiu o cargo de síndico. Pouco tempo depois, criou um grupo no WhatsApp do condomínio para engajar as crianças e os adolescentes na gestão.
O síndico avisou, durante uma assembleia, sobre a criação do grupo e as crianças de até 11 anos cujos pais permitiram, hoje fazem parte da iniciativa.
A ideia foi um sucesso: o grupo dos “Herdeiros” conta com a participação de 18 moradores com idades entre 9 e 22 anos. Lá, o espaço é para que pequenos e jovens discutam sobre melhorias, mas também assumam a responsabilidade de cuidar do patrimônio e da sociabilidade do prédio.
“Nosso entendimento é que é uma vivência que estimula e reforça a cidadania, na medida em que fortalece vínculos, promove a participação no processo decisório e ‘empodera’; ao mesmo tempo que também demanda respeito, diálogo e responsabilidade”, afirma o síndico.
Foco na educação dos “herdeiros”
Sugestões para trocar a tabela de basquete ou para incluir um espelho no banheiro estão presentes nas mensagens trocadas pelas crianças e adolescentes que integram o grupo de WhatsApp do condomínio com o síndico Moysés Aronis.
Mas, para atingir seu objetivo, Aronis sempre estimula os participantes a decidir sobre quais equipamentos devem ser comprados “com um olhar muito equilibrado entre o desejo e o custo“.
Outras iniciativas, também focadas na educação, já fazem parte do planejamento do gestor. Moysés formou uma Comissão Social para eventos do pós-pandemia e pretende implantar o Conselho Júnior e a eleição do Síndico Jr. com o objetivo de estimular os jovens a participar e a opinar nas reuniões semanais.
“Essa experiência é importante para a formação dos nossos “Herdeiros”, que, eventualmente, serão conselheiros e síndicos no futuro.”
O impacto na convivência
O síndico vê o engajamento dos pequenos melhorando não apenas a convivência entre eles, mas também entre os moradores em geral. Segundo ele, cada um influencia pelo menos outras duas pessoas: os pais. Ao verem os filhos engajados, os adultos também refletem sobre o senso de coletividade.
Moysés dá um exemplo prático da situação: durante as assembleias mistas, que vêm acontecendo durante a pandemia, as crianças deixam de utilizar a quadra para não atrapalhar a reunião. “É um exemplo de atitude muito legal e difícil para a garotada nessa idade”, comenta Aronis.
Como manter o engajamento?
Depois de um certo tempo, em qualquer tipo de grupo no WhatsApp, o engajamento tende a ser menor. Para driblar essa situação, Moysés aposta em provocar o tempo todo assuntos e questões pertinentes aos jovens.
Além disso, os próprios participantes discutem seus pontos de vista acerca de questões do condomínio de forma amigável e madura.
“Eu acompanho uma sequência de pensamentos e opiniões sendo apresentada de forma educada, argumentativa. E, no fim, o consenso. Sem egos feridos. Uma conversa que eu gostaria de ver entre adultos.”
Como criar um grupo no WhatsApp com crianças e adolescentes do seu condomínio?
- Discuta a proposta com três ou quatro adolescentes;
- Seja claro: explique os objetivos e peça ajuda para criar e operar o grupo;
- No caso de Moysés, os próprios adolescentes reuniram os números e trouxeram os demais participantes. Peça auxílio deles para isso também;
- Estimule o engajamento: solicite que eles apontem melhorias a serem implementadas no condomínio;
- Encoraje a colaboração nos pedidos e incentive a argumentação e o consenso.
Fonte: Sindiconet