Com 70% de sua clientela concentrada em condomínios, o adestrador e passeador Allan Galvão alerta para o efeito prejudicial da humanização dos pets
Cachorros são feitos para ser cachorros. Quem age diferente com seu pet, tratando-o como um bebê, age muito mal, afirma Allan Galvão, dono da Passos de Cão, uma empresa em Curitiba (PR) que, desde 2015, se dedica a adestrar e passear com os totós, principalmente aqueles que vivem em condomínios – 70% de sua clientela.
Galvão foi metalúrgico durante 20 anos até que decidiu seguir sua vocação: treinar e cuidar desses animais fantásticos de habilidades maravilhosas. Para quem insiste em calçar meias no cachorrinho, cobri-lo com touca, enrolá-lo no cachecol e – arre – enchê-lo de perfume, é bom saber que está cometendo um grande erro. Muito provavelmente está encurtando a vida do bichinho.
A natureza preparou os cães para se cuidarem sem a nossa ajuda, em ambientes mais imprevisíveis do que o meio urbano. Eles escutam muito bem. São capazes, por exemplo, de ouvir os barulhinhos do videogame do morador do prédio vizinho. Por isso latem quando parece não haver nenhum sentido para isso.
Cachorros também identificam milhares de odores. Possuem 300 milhões de receptores olfativos, ao passo que nós, pobres humanos, temos 5 milhões – 60 vezes menos. Quando os cães passeiam, e eles adoram fazer isso – não à toa, a profissão de passeador de cão prolifera no mundo –, cheirar um poste onde outro cachorro urinou é o mesmo para eles do que ler um código de barras.
Agora imagine que o dono resolva borrifar uma fragrância no bicho. Acredite, para o ser humano colocar uma venda nos olhos e atravessar uma avenida movimentada seria menos confuso. Por isso, diz Galvão, é preciso respeitar os instintos do cão. Nada de tratá-lo como um bebê ou uma boneca.
Fonte: Viva o condomínio
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